quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Uma nova escola em 2011

Uma história, várias histórias
Após anos de experiência em um espaço de educação infantil comunitária chamado Associação Pró-Educação Vivendo e Aprendendo, um grupo de pais, mães, crianças e educadores, ao conhecerem a experiência educativa da portuguesa Escola da Ponte, em meados de 2009, começou a refletir sobre como proporcionar às crianças, na prática, uma educação fundamental que se encontrasse com seus ideais.
Essa história não começou aí. O grupo discutia e refletia conjuntamente, havia anos, em muitos domingos e feriados ensolarados ou chuvosos, questões relativas à Educação. Compartilhavam muitas críticas relacionadas ao sistema de educação e às instituições de ensino. Na incursão pelo Ensino Fundamental, em diferentes escolas, não conseguiram saídas que rompessem com estruturas e paradigmas do modelo de educação tradicional – verticalizado, centrado na figura do professor, restrito em saberes. O caminho seria a criação de algo novo. 
Essa ideia atrai várias outras pessoas, mas as dificuldades para a construção de uma nova escola não são pequenas: se a crítica ao que existe é comum a inúmeras pessoas, a escolha do que se quer construir dificilmente foge ao repertório conhecido e sedimentado há tempos. Quem de nós viveu experiências inovadoras em Educação? Quem tem coragem de romper com modelos e valores plenamente aceitos e difundidos em nossa sociedade?
No desejo de viver uma experiência realmente diferenciada e no pulsar das reflexões sobre os princípios que norteariam a prática e a vivência da escola, o grupo chegou, sob a luz do que já era praticado pela Escola da Ponte, a três princípios fundamentais: solidariedade, co-responsabilidade e autonomia.
Ancoradas nesses princípios, iniciaram-se as ações de construção do projeto educativo, da organização da gestão e de pensar o próprio espaço físico da escola. Mais uma vez, a Escola da Ponte, com sua proposta democrática de educação, onde os estudantes são protagonistas de seu percurso educativo, foi fonte inspiradora. Somaram-se, aí, os princípios da permacultura, as experiências educativas vividas na história de cada um, outros estudos e pesquisas...
Ao iniciar o movimento de construção, o projeto recebeu o convite da Fundação Cidade da Paz, que abriga a Universidade Holística da Paz – Unipaz, para materializar a nova experiência de Ensino Fundamental em seu campus. Em sua história, a Unipaz já abrigou diversos projetos pioneiros na área de educação. 
O local é uma grande chácara que preserva uma pequena parte do ecossistema - nascente, plantas e animais nativos - e possibilita uma convivência privilegiada com natureza.
Para a implantação da escola, foi muito favorável encontrar esse espaço, que se afina com os princípios norteadores da nova escola e que permite seu desenvolvimento de forma flexível e harmônica. 
As duas instituições tem projetos independentes e a parceria está inicialmente voltada para o compartilhamento do lugar, mas a trajetória da Unipaz mostra-se como terreno fértil para o florescimento da inovação pretendida com esta proposta de educação.

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